Um dos momentos que mais me marcou em 2005 foi sem dúvida o concerto de Katia Guerreiro no São Luiz. Embora ja conhecedor da sua obra, foi a primeira vez que a ouvi ao vivo,e com certeza é uma experiência a repetir. Ela consegue transmitir os sentimentos de uma forma por vezes tão forte, que chega às lágrimas, e a maneira como ela faz a fusão entre a poesia e a música é simples, mas linda.
Poetas como Luís de Camões, Florbela Espanca, António Lobo Antunes, Sophia de Mello Breyner, Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, entre outros... fazem parte do seu recente mas já grande reportório. Tendo sempre Amália como referência, Katia respira juventude. Juventude essa que pareçe querer dar uma nova alma ao fado.
Depois do concerto e numa sessão de autógrafos muito simples conheci Katia, juntamente com os meus pais com ela troquei uma breve conversa. Marcou-me a maneira como aquela médica de 29 anos mostrava que no fundo era uma pessoa como qualquer outra. Sem assumir protagonismos nem afectada pela fama, cumprimentava e distribuia beijos como se de amigos nos tratasse-mos. Não só ela é de louvar mas também os músicos. Estes tantas vezes esquecidos atrás do artista que dá a cara. Katia fez questão de lembrar várias vezes quem estava com ela a criar aquela noite mágica, e não menos simpáticos que ela, também mostraram aquela simplicidade.
Para quem não gosta de fado, o mais recente disco de Katia Guerreiro – Tudo ou Nada, é uma boa oportunidade talvez de ver o fado com outros olhos. Eu já me rendi a ela. Sem perder aquele toque tradicional, ao contrário de outras que decidiram fazer do fado uma mistura de estilos, Katia eleva o Fado de uma maneira que há muito não se via. Eu pelo menos, cá estarei a acompanhar uma carreira que espero muito longa.
Sem comentários:
Enviar um comentário